sábado, 6 de fevereiro de 2010

Viagem ao Egito


Pequenas histórias de uma grande viagem.

A Idéia
Logo que ela foi apresentada, os três aceitaram, não sei se no ímpeto de aderir a uma idéia bacana ou se na certeza de que aquilo nunca iria sair. Talvez tenha sido na crença de que como estava muito longe aquilo não era algo para se preocupar agora. Mas aceitaram.

Uma viagem para o Egito, pai e filhos!

Passaram alguns meses e nada foi mexido. Até que começamos a ver as possibilidades, cotar preços e fazer o planejamento do número de dias em cada lugar.

Preparativos
A viagem é do pai! Esse era o mote para os planejamentos. A viagem é do pai, então o que ele quiser fazer vamos fazer. Ele quem decide quantos dias onde e como.

O Velho nunca se aproveitou disso, tudo foi decidido em conjunto. Só declarou as duas regras básicas que teríamos que seguir sem mais perguntas:

  • Ninguém sai sozinho para a rua, sairemos sempre em dois ou os três.
  • Quando eu quiser ficar no hotel eu vou ficar e vocês saem, sem questionamentos.
Mal sabia ele que nós sempre sairíamos junto e mal sabíamos nós que ele seria o mais animado e com mais pique na viagem toda.

A Ida
Escrever sobre a ida, desde o aeroporto em ctba, rio, charles de gaule até a chegada no cairo.


Escrever sobre os primeiros momentos, chegada no hotel, ida no restaurante do shopping e surpresa com o árabe do salim.

Egito

As pirâmides
Qualquer coisa que se diga das pirâmides vai soar piegas, mas como não soar? estar de frente para aqueles monumentos, construídos há tanto tempo, sensacional. Fomos nós três com um guia, o Khaled, ele explicou muita coisa sobre a história das pirâmides, nós ouvimos muito pouco. Estávamos estasiados com aquilo.

Quando já estávamos na parte mais de cima, onde fica a Miquerinus (a menor pirâmide) começamos a especular preços para dar uma volta de camelo. Não lembro quanto foi, mas certamente fomos estorquidos para andar por uns cinco minutos. Mas foi bacana a sensação, valeu a pena.
O Salim não andou a camelo, mas certamente fez um novo amigo.



Dança do siri
Eu e o Rafa decidimos fazer a dança da siri no pé das pirâmides. E ainda fizemos o Salim filmar isso. Imagina a cara do guia não entendendo nada!

A perdida do Rica no Souk
Estávamos andando por uma ruela no souk. Ela tinha lojas e na rua algumas bancas. Atordoados com tanta coisa para ver. Eu entrei numa loja de chás onde fui mal atendido, mas mesmo assim comprei dois chás que só fizeram volume por que nunca experimentei.

Saindo fui entrar em outra loja para ver vidrinhos de perfume para a Ká, avisei o pai e entrei. Quando saí não os vi mais. Procurei por um tempo até que vi que estava perdido deles. Nesse exato momento eu comecei a procurar o Fishawi, para mim o local óbvio do reencontro.

Não deu outra, depois de uns minutos de espera o Rafa apareceu, ele pensou o mesmo. Quando nos vimos não foi preciso falar nada, os dois ficaram felizes de ter pensado o mesmo. Claro que como bons Acras repetimos várias vezes que ali era o local óbvio do reencontro.




El Fishawi
Tinhamos lido em diversos lugares que o Fishawi é O local para sentar e tomar um chá, no melhor estilo árabe, então fomos.
Estava fechado, por que no Ramadan eles não abrem durante o dia. Esperamos abrir. Quando abriu os garçons foram fazer a sua reza, tomar um chá e se alimentar. Ficamos esperando.
Quando o bar abriu, escolhemos uma mesa boa, tinha 6 cadeiras então sentamos bem espaçados, achando que estavamos acomodados. Quando veio um camarada dos grandes (na horizontal e na vertical) e só com gestos apontou que era para nós sentarmos mais perto um do outro. Contrariados fizemos o que nos foi, literalmente, indicado.
Ainda por cima ninguém vinha nos atender, e o grandão mandando em todos, arrumando os clientes como se fossem carga viva.


Não demorou para que ele acomodasse três estranhos nas cadeiras restantes. Neste ponto eu senti que o Salim estava querendo ir embora já, dado o péssimo atendimento.
Como bons Acras perguntamos o que tinha para comer. A resposta: "Nada". Agora eu e provavelmente o Rafa já estávamos considerando uma má idéia ter ido para lá.
Bem, já estamos aqui, vamos tentar curtir. Pedimos as bebidas, lembro que eu pedi um suco de Carcadi (que até hoje eu não sei o que é) e uma Chicha (como chamam o arguile praqueles lados).
Acontece que naturalmente começamos a perceber o espetáculo que é aquele café. Todos ficarem apertados, não ter comida e toda aquela atmosfera era justamente o que imprimiu um clima diferenciado ao local.
Os garçons são um show a parte. Antipáticos e extremamente simpáticos ao mesmo tempo. Como explicar isso? Mas é isso mesmo, eles não tem a menor intenção de agradar, mas agradam naturalmente, fazendo brincadeiras originais e simplesmente prestando um bom serviço.




Trânsito no Egito
Inacreditável. Esta é a única palavra que vem à cabeça quando se fala do trânsito no Egito. É inacreditável que aquilo funcione. Em um espaço onde você duvida que passe uma bicicleta lá passa um carro... e uma bicicleta. Ninguém para no sinal. Não existe preferencial. Nunca ouviram falar de faixa de trânsito. Pedestre? Que bicho é esse?



Parque al azhar
Em árabe Al Azhar significa O Pequeno. Acho que é o nome que menos combina com este parque. Ele é enorme, muito bem cuidado super bem posicionado (acho que da pra ver umas 500 mesquitas lá de cima). Pela sua localização alta é possível perceber por que o Cairo é chamado de A Cidade dos Mil Minaretes. Este parque é quase grudado ao muro da cidadela do Saladinho. Nossa próxima parada.



Mac Arabia
Em frente ao nosso hotel havia um shopping center. No último andar deste shopping tinha um cinema e um McDonalds. Sim, um McDonalds! Eu não consigo lembrar o que mais havia de similar ou diferente dos Macs aqui do Brasil, só consigo lembrar do Mac Arabia. Um sanduiche realmente delicioso feito com pão áraba, condimentos fornes e tahine. Espetáculo!
Na volta, já no aeroporto, quando já não tinhamos mais esperança de comer o MacArabia tão cedo, na sala de embarque demos de cara com um MacDonalds, foi uma bela despedida!





Siria

O caixa eletrônico na Siria, e as filas em geral
As grandes diferenças culturais são bacanas. Mas numa viagem dessas nós vemos as pequenas diferenças culturais, e essas são fantásticas.
Primeiro que o povo árabe não sabe muito bem o conceito de filas. Pelo menos em várias situações em que por aqui formariam-se filas, lá forma um amontoado de gente querendo passar.
Passamos por dois caixas eletrônicos e não dava pra acreditar. A pessoa não usa o caixa sozinha, é ela e todo mundo que está esperando em volta, olhando e opinando no que ela está fazendo. Segundo o Salim, ele ouviu palpites até de quanto a pessoa deveria sacar.





Pesando
Estávamos andando no centro de Damasco. Perto da fonte central quando vimos um cara na rua vendendo... pesagens, isso mesmo, ele tinha uma balança para pesar as pessoas e tinha que pagar algo como uma libra para ser pesado.
O Salim foi lá e pagou, subiu na balança enquanto algumas pessoas passavam por ali. Um pedestre diminuiu o passo e se esticou todo, só pra ver o peso! Impagável.






Dança Sufi
Eu tinha lido que a Dança Sufi era muito boa. Uma dança onde somente participam homens, que ficam girando por vários minutos até entrar em transe. Por sorte achei um site que indicava um local "não comercial" para ver a dança, dizem que é o melhor do Cairo e de quebra é de graça. Mas independente disso, foi sensacional.
A música excelente, e os dançarinos também. Vale, e muito, a pena conferir.




o os acras em hims

o emoção na igreja ortodoxa hims velha

o bab touma

Al Nofara
O Al Nofara é o café mais famoso de Damasco, fica na cidade antiga. Chegamos ali para tomar um café com Arguile e como em um bom café árabe fomos colocados em umas cadeirinhas apertadas de um lado três jovens e do outro um senhor. O Salim engatou na conversa com o Senhor e nós com os jovens que, por sorte, falavam inglês.
Um deles era iraquiano e havia saído fugido de seu país depois que uma bomba atingiu a igreja onde ele rezava. Muitos dos que estavam para trás dele na igreja morreram, e ele teve as costas toda queimada. Estranho é que vemos estas histórias toda hora, mas ouvir da boca de quem viveu aquilo foi diferente.
Quando perguntei ao sírio o que ele achava do presidente, a resposta "Ele é bom para as pessoas dele, e este não é um bom assunto para se falar em público, vamos mudar."




Ome men masser, Abuie men suria
Na parte egípcia da viagem, o pai se apresentava aos locais falando, em árabe, "Minha mãe é do Cairo, meu pai da Síria" entusiasmado com o Cairo e com desleixo para a Siria.
Na Síria? O contrário exato: "Meu pai era da Síria!! Minha mãe do Egito". É a malandragem árabe aplicada, simpatia conquistada na maior parte das vezes.


O melhor desta foto é que o único nativo nela estava tomando Fanta!